Neste momento em que vos escrevo está a ser demolido um prédio a cerca de 200 metros do local onde me encontro. Da minha janela vejo uma demolidora com um braço da altura de 3 andares a esboracar o betão e a mandar abaixo o cimento, causando uma pequena nuvem de pó num raio de 100 metros. Esta manobra de “bota abaixo” já dura há uma semana e vocês perguntam: mas porque é que eles não colocam umas bombazitas e fazem implodir o filho-da-mãe?! Eu explico: porque descobri (por fontes ligadas à máfia) ligando para a Câmara Municipal que existe um financiamento para obras e demolições que faz com que estas se atrasem e se arrastem durante o maior espaço de tempo possível para fazer com que os reformados tenham alguma coisa com que se entreter.
Neste preciso momento contabilizei 59 pessoas acima dos 65 anos que estão nas imediações do local (fora as que estão no meio do pó que daqui não consigo ver…). É bem pensado. Já imaginaram o que seria feito dos nossos avós se não existissem obras?! Concerteza que estavam em sítios bem piores!! Uns estavam a gastar o dinheiro da reforma no Bingo, outros estavam a levar porrada das responsáveis do lar, outros a tirar a roupa no Herman Sic e a dizer que são a pomba gira, e outros, no pior dos casos, podiam mesmo estar a comprar bilhetes para uma peça de teatro de revista.
Porquê que a Casa da Música demorou 6 anos a ser construída? Burocracia? Incompetência? Nada disso… a resposta é: velhinhos!
Pensem no metro do Porto, acham que foi construído para aliviar o trânsito e para proporcionar um melhor nível de vida aos portuenses? Nada disso… Pensem bem, é uma obra que durou anos e anos e deu a volta à cidade! Porquê? Resposta: velhinhos! E a prova de que isto é verdade é que o metro na sua maioria é de superfície (se fosse subterrâneo não dava para ver da rua com as mãos atrás das costas).
Portanto pessoal, temos de dar valor ao nosso país, somos o número 1 em questão de entretenimento de pessoas de idade. Reparem, túnel de Ceuta, túnel do Marquês, obras infindáveis a pensar em quem? Resposta: velhinhos…
Assim que me salte à vista... Nada que um novo aeroporto na Ota ou mesmo um TGV sirva para entretar mais uns quantos...
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