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O Verdadeiro Almanaque


Uma das grandes instituições da minha infância, uma coisa omnipresente e que parecia surgir do nada em casa das minhas avós é o Almanaque Borda d’Água. Sim, durante uma boa parte da minha existência, eu julgava que o Borda d’Água não se comprava. Tal como a queda das folhas no Outono ou os programas do Luís Pereira de Sousa no Verão, para mim o Borda d’Água, simplesmente… acontecia. Havia um dia em que eu acordava de manhã e o Almanaque Borda d’Água lá aparecia em cima de uma mesa.

O Borda d’Água continua a existir e não mudou nem um bocadinho. Nada. Continua a ter o mesmo grafismo a preto-e-branco, com o homem da cartola e dos óculos na capa, e a Editorial Minerva deve ser, neste momento, a única empresa no mundo inteiro que ainda não tem – e não me parece que vá ter – “site” na Internet.

Eu imagino a redacção do Borda d’Água como um lugar onde o tempo está suspenso de tal maneira que a telefonia que eles lá têm só apanha AM e é a única em todo o mundo onde, à uma da tarde, todos os dias, ainda se ouve os "Parodiantes de Lisboa".

Eu acho que só o facto dos números de telefone da editora do Borda d’Água terem 9 algarismos e começarem por 21 já é um avanço tremendo para eles. Antes de ver a capa da edição deste ano, eu pensava que eles eram a única empresa portuguesa, neste momento, que ainda tinha o número de telefone com seis algarismos. E que em vez do código postal com os três números finais, eu julgava que o código postal da editora do Borda d’Água ainda acabava com as palavras LISBOA CODEX.

Há várias coisas que me fascinam no Almanaque Borda d’Água. Uma delas é as previsões do estado do tempo. Eles avançam com previsões meteorológicas para vários dias do ano, mesmo que eles estejam longínquos. Eles o ano passado, quando fizeram a edição deste ano, conseguiram prever, por exemplo, que o dia de ontem, 10 de Julho, ia estar FRESCO. É o que diz aqui a 10 de Julho. FRESCO.

É verdade que em Lisboa estiveram quase 40 graus, ontem. Mas isto só prova que o grande Borda d’Água tem sempre qualquer coisa para alguma pessoa. Pode não ser para nós. Neste caso, a útil informação de que o dia vai estar FRESCO cai que nem ginjas para um indivíduo que aterre hoje no Aeroporto de Lisboa, vindo do Saara. Realmente, para ele vai estar fresquinho em Lisboa.

Outra coisa que sempre me intrigou no Borda d’Água são as palavras “O VERDADEIRO ALMANAQUE”. Como se houvesse uma versão falsa, vulgo "pirata", a circular. Como se houvesse uma candonga do Borda d’Água.

Como seria uma versão falsa do Borda d’Água? Suponho que devia ser o mais parecida possível com a versão verdadeira, mas com conselhos do estilo: “Para aliviar as constipações, tome uma colher de ácido sulfúrico todos os serões”.

Depois a pessoa toma, o ácido começa a corroer o estômago, a pessoa liga para a editora do Borda d´Água, “está sim?… Olhe, o Borda d’Água disse-me para tomar ácido sulfúrico”;

da editora dizem-lhe “oh pá – que maçada, você comprou uma versão falsa do Borda d’Água. Felizmente que nós, aqui na versão verdadeira, temos na página 17 a cura para pessoas com o seu problema. Diz aqui – SE ÁCIDO SULFÚRICO TOMARES / POR TERES UM BORDA D’ÁGUA MARADO / ANTES DE PARA O LADO TOMBARES / PÕE OS PÉS DE MOLHO UM BOCADO”

By Olelas
em 11 julho 2006
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